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O poder de uma risadinha

Mauricio Stycer

17/10/2012 12h00

Nem Nilo, nem José de Abreu, nem "Avenida Brasil". O que ficou registrado no Twitter, na lista dos assuntos mais comentados na noite de terça-feira (16/10), foi a risadinha do personagem, que morreu envenenado no final do capítulo.

Os usuários do Twitter se despediram de Nilo escrevendo "#RIPhihihi". Para quem não está acostumado com o vocabulário, "RIP" significa "rest in peace", ou seja, descanse em paz.

José de Abreu construiu um personagem de antologia. Em especial, conseguiu um grande feito com esta risadinha. Em maio, dois meses depois da estreia da novela, ele contou ao UOL: "No inicio, havia até dúvidas se ele (Nilo) poderia ser aceito. Aceito a ponto de não ser eliminado da trama por ser muito pesado." O ator revelou então como nasceu aquela que viria a ser a marca do personagem:

Logo no início, eu tive uma cena com a Vera Holtz, em que eu dizia que a Lucinda estava criando uma cobra dentro de casa. Acho que era o Batata. Eu falava: "Você deve estar com saudades de uma cobra". Tinha um duplo sentido na frase. Eu logo imaginei que ela teve algo no passado com o Nilo. Aí eu soltei uma risada e apareceu aquele "hi-hi-hi". Aquela risadinha não sei da onde que saiu… E ficou. Isso já dá uma outra coisa, mais para a comédia.

A entrevista com Abreu pode ser lida aqui. Aproveito para me penitenciar publicamente por uma omissão. No texto que publiquei domingo (14/10) na "Folha", intitulado "Chupa, Carminha!", falo dos atores que mais me impressionaram em "Avenida Brasil" e, inexplicavelmente, não mencionei  José de Abreu. Seu nome deveria estar ali.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.