Com sadismo, TVs “fatiam” história do esquartejamento
Bonita, loira, a mulher confessa na delegacia que assassinou o marido com um tiro na cabeça e, em seguida, o esquartejou cuidadosamente. Cenário do crime: a cobertura de 500 metros quadrados em que moravam. As imagens da câmera no elevador mostram a assassina deixando o apartamento com três malas, onde estão, imagina-se, os pedaços do marido.
Logo ficamos sabendo também que a assassina é ex-garota de programa e que, desconfiada do marido, contratou um detetive particular para segui-lo, descobrindo que estava sendo traída e, ainda por cima, por uma profissional. Outra questão que faz pensar: quem ficará com a filha de um ano do casal?
Quando todos os meios de comunicação, em todas as mídias, se debruçam sobre uma mesma história, invariavelmente há excessos. Os advogados da família da vítima e da assassina, a esta altura, já são nossos amigos íntimos. Policiais posam orgulhosos pela solução do caso.
Na TV, inspirado pela forma como ocorreu o crime, a história é fatiada e apresentada em capítulos. Apresentadores de matutinos e vespertinos se sentem à vontade para falar tudo que passa pela cabeça, expondo preconceitos e sadismo.
Reconheço que é impossível resistir ao apelo de uma história destas. Mas até onde vai a nossa curiosidade e onde começamos a consumir detalhes que não nos interessam? Nestas horas, a melhor arma é o controle remoto.
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