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Danilo Gentili repete problemas do programa do Jô

Mauricio Stycer

04/05/2012 06h01

Lançado no final de junho de 2011, o "Agora É Tarde" rapidamente foi visto como um concorrente viável ao "Programa do Jô". Exibido inicialmente às quartas e quintas, dois meses depois da estreia o programa passou a ir ao ar também às terças. Danilo Gentili largou o "CQC" no final do ano para se dedicar com exclusividade ao projeto e, agora, em abril de 2012, o talk show ganhou um quarto dia de exibição, às sextas.

Com a mesma rapidez com que se estabeleceu, o talk show da Band já repete problemas e cacoetes bem conhecidos do público de Jô Soares. O mais irritante deles talvez seja o que chamei de "brodagem corporativa", ou seja, a insistência em convidar estrelas da própria emissora para falar.

Normalmente, estas entrevistas têm o propósito de divulgar algum novo programa ou atividade do convidado. No início do ano, o elenco de "Mulheres Ricas" pintou e bordou no talk show, sem que nada de interessante ou relevante tenha sido falado. Quando Sabrina Sato esteve com Gentili, no final de março, o apresentador até tentou tratar de assuntos diferentes, mas a estrela do "Pânico" o lembrou: "Vamos falar mais do 'Pânico' porque eu vim aqui pra isso".

Eventualmente a participação de uma estrela "da casa" no "Agora É Tarde" pode servir também para tapar algum buraco na programação. Foi o que transpareceu na entrevista com o ex-jogador Denilson, hoje comentarista da Band, que não tinha assunto nenhum a tratar com Gentili.

O texto que escrevi sobre a "brodagem corporativa" nos talk shows foi publicado no dia 1º de abril e pode ser lido aqui por assinantes do UOL e da Folha de S. Paulo. A entrevista que fiz com Gentili para o "UOL Vê TV" pode ser vista aqui. E meu comentário sobre a estreia do "Agora É Tarde" está aqui.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.