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De objeto a super-herói: quatro cachorros nas novelas e um no cinema

Mauricio Stycer

10/02/2012 15h28

No início de dezembro escrevi sobre Doce e Cabana, dois cãezinhos da raça maltês que eram personagens de "Fina Estampa", mas desapareceram da trama sem deixar vestígio. Pouco tempo depois, eles reapareceram, mas logo sumiram novamente da novela.

O leitor Sergio Santos (@Zamenza) me lembra agora que ocorreu algo mais estranho ainda em "A Vida da Gente", também na Globo. Em meados de dezembro, Rodrigo (Rafeal Cardoso) teve a ideia de dar um cachorro à filha Julia (Jesuela Moro), na tentativa de aproximar a menina de Ana (Fernanda Vasconcelos), sua mãe biológica.

Três dias depois de ganhar o cãozinho, Julia o rejeitou. E pediu que Manuela (Marjorie Estiano) o devolvesse. "Cachorro não é que nem brinquedo que a gente pode devolver", respondeu a mãe de criação. E nunca mais se falou ou viu o cão em "A Vida da Gente".

Para quem gosta de animais, a mensagem transmitida pela novela de Licia Manzo foi muito ruim. "Vida da Gente" transformou o cachorro num objeto destinado a aproximar mãe e filha, e depois se esqueceu do bicho.

Em outra novela, "Vidas em Jogo", na Record, ocorre situação oposta. O cão Zé é um personagem fundamental da trama e age como super-herói, um pouco à maneira do Milu, de "Tintim".

Zé, cujo nome verdadeiro é Mylow, já participou de outros programas, como "Domingão do Faustão" e "Qual o Seu Talento?". É um "cão-ator", capaz de encarar diferentes desafios.

Em "Vidas em Jogo", Zé já levou tiro no lugar de Carlos (André Di Mauro), seu dono, ajudou-o a matar um criminoso, teve participação na trama central, que envolveu o prêmio na loteria, e entrou em depressão por amor a uma cadela, entre outras aventuras. Nem parece cão.

Em tempo: Saindo da televisão e indo para o cinema,  entra nesta sexta-feira em cartaz "O Artista", cujo protagonista, um ator da época do cinema mudo, tem a companhia de um caozinho esperto, cuja participação na trama é fundamental. Não vou adiantar nenhum spoiler aqui, mas a atuação de Uggie é digna de um Oscar.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.