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Série com Dustin Hoffman promete muito, mas entrega pouco na estreia

Mauricio Stycer

07/02/2012 13h47

Criada por David Milch (o mesmo que fez "Deadwood"), direção de Michael Mann (um dos grandes cineastas americanos da atualidade), Dustin Hoffman no papel principal e Nick Nolte como coadjuvante, "Luck" é destas séries que nascem destinadas a elogios e prêmios – agradando ou não ao público.

Assim como em "Boardwalk Empire", escrita pelo bem-sucedido Terence Winter (de "Sopranos), produção e eventual direção de Martin Scorsese e Steve Buscemi como protagonista, a grandeza e a pretensão desta nova série intimidam o espectador.

É tanto gente boa envolvida, tanto apuro técnico, tantas tomadas bonitas e bem cuidadas que chega a ser uma obrigação gostar.

Lançada esta semana no Brasil, a série propõe um mergulho no mundo do turfe – um universo basicamente masculino, sem muito espaço para romance, mas com um bom potencial de tensão e violência para cativar o espectador.

Milch e Mann propuseram algo arriscado no capítulo de estreia: apenas apresentar a bizarra fauna que gira em torno do Jóquei de Santa Anita, na Califórnia. Nenhuma emoção, apenas algumas iscas para os próximos episódios.

Por excesso de confiança ou falta de criatividade, não aconteceu quase nada ao longo dos primeiros 60 minutos de "Luck". Somente uma breve descrição da promissora fauna – mafiosos, apostadores espertos e otários, agiotas, jóqueis, treinadores, criadores, agentes.

No Brasil, até onde sei, a HBO não mostra previamente para a imprensa mais do que um episódio de seus programas novos. Mas quem já viu a série inteira, como a crítica do "The New York Times", diz que o ritmo arrastado da estreia perdura quase até o final.

Vou dar um crédito de confiança e assistir a pelo menos mais um episódio. Afinal, não é todo dia que temos a oportunidade de ver Dustin Hoffman na televisão. E, melhor, contracenado com Nick Nolte e Dennis Farina, e não com Ricardo Macchi.

Como se diz no mundo do futebol, no papel o time de "Luck" é ótimo – falta ver se vai desempenhar bem em campo.

Apesar da audiência alcançada na estreia nos Estados Unidos ter sido abaixo da expectativa, a HBO já se apressou a anunciar uma segunda temporada de dez episódios para exibição a partir de janeiro de 2013.

Os capítulos originais são exibidos aos domingos, às 21h, na HBO. Há várias reprises ao longo da semana, como pode ser visto no site  da emissora. O trailer abaixo, de apenas um minuto, contém cenas de mais de um episódio.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.