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Um ano depois, Ashton Kutcher dá a volta por cima em São Paulo

Mauricio Stycer

23/01/2012 16h27

Há um ano, comentando o deslumbramento com a visita do ator americano a São Paulo, escrevi um texto que ofendeu seus fãs, intitulado Ashton Kutcher é vítima da jequice brasileira e do Google Translator.

A irritação dos tietes se deu possivelmente por causa da passagem em que falava sobre "o nosso encantamento por qualquer bobagem estrangeira, no caso, um ator do terceiro time de Hollywood, cujos maiores feitos, até hoje, são o seu casamento com a atriz Demi Moore, quase duas décadas mais velha, e a popularidade que alcançou no Twitter".

Neste meio tempo, Kutcher se separou de Demi Moore, substituiu Chalie Sheen em "Two and a Half Men" e saltou de 6,3 milhões para quase 9,3 milhões de seguidores no Twitter. Além disso, parece, entendeu melhor a cidade que voltou a acolhê-lo.

Garoto-propaganda de uma marca brasileira, o ator desta vez nem se deu ao trabalho de pisar na passarela. Ficou sentadinho na primeira fila, vendo o desfile passar, acenou para os fãs e se deixou fotografar por 30 segundos. Questionado sobre esta mudança, respondeu: "Para mim tanto faz. Só vim para curtir o show."

Um ano depois, enfim, me rendo a Ashton Kutcher. Acho que ele já pode ser chamado de ator do segundo time de Hollywood. E, mais importante, ganhou muitos pontos por mostrar ser um cara bem-humorado.

A foto que postou no Twitter na tarde de segunda-feira fala mais sobre o caos de São Paulo do que mil palavras. A imagem é tão eloquente que ele nem se deu ao trabalho de usar o Google Translator para explicar. Escreveu em inglês mesmo: "Surfing the streets of São Paulo."

Quem mora na cidade, tem que agradecer ao ator por seu bom-humor e por ajudar a divulgar, às vésperas de completar 458 anos, uma imagem real de suas ruas para o mundo.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.