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Aguinaldo Silva volta a criticar colegas das Organizações Globo

Mauricio Stycer

25/12/2011 16h15

Como outros veículos de comunicação, inclusive o UOL, "O Globo" elegeu os seus melhores do ano da televisão. O jornal publicou neste domingo as suas escolhas em 14 categorias – 11 em TV aberta, duas na TV paga e uma em redes sociais.

Dos 11 eleitos na TV aberta, dez são de programas da Rede Globo – a única exceção foi Danilo Gentili, apontado como melhor apresentador pelo talk show "Agora É Tarde", exibido na Band.

A lista inclui a novela "Cordel Encantado" e seus atores Domingos Montagner e Natalia Dill, além de Humberto Martins e Regina Duarte (por "O Astro"), o ator Gabriel Braga Nunes ("Insensato Coração"), a apresentadora Fernanda Lima ("Amor & Sexo"), o seriado "Tapas & Beijos", o reality BBB11 e o humorístico "Zorra Total".

Aguinaldo Silva, autor de "Fina Estampa", foi ao Twitter no final da tarde de sábado informar aos seus 129 mil seguidores que a novela não mereceu nenhuma referência entre os programas eleitos. Desbocado como sempre, ofendeu o jornal, a colunista de TV do diário e os demais participantes do júri.

Não é a primeira vez que Aguinaldo Silva reclama, de forma rude e grosseira, de jornalistas. Reprovo totalmente os termos, mas acho interessante o autor responder aos seus críticos. Mais ainda, no caso, por envolver um jornal da mesma empresa em que trabalha. Poucos são os funcionários com o cacife e a coragem de agir assim.

Regimentos internos ou, na falta deles, o simples bom senso recomendam que funcionários de uma empresa evitem criticar publicamente colegas de trabalho. Aguinaldo Silva não está nem aí.

Da forma como o autor de "Fina Estampa" reage, no entanto, é impossível haver debate de ideias. Veja abaixo, nos comentários de Aguinaldo Silva publicados no Twitter, que ele não apresenta nenhum argumento em defesa de sua obra e seu elenco. Só pedradas:

Chegou a revista de tevê do Globo com os melhores do ano. Claro, "Fina Estampa" não ganhou nem o de melhor faxineira.

E olha que a faxineira de "Fina Estampa" é ninguém menos que Carolina Dieckmann!

Até Crô pra melhor ator coadjuvante do ano foi ignorado. Ganhou outra bicha: aquela feita pelo André Gonçalves em "Morde & Assopra".

É uma pena que os críticos do Globo confundam a antipatia que sentem por mim com o trabalho dos profissionais que estão na minha novela.

Isso mostra o quanto esses críticos de O Globo são poucos profissionais, ao contrário dos que fazem de "Fina Estampa" uma grande novela.

Mas se querem saber, eu me sinto feliz por ser ignorado por um júri comandado por uma diletante como a Patrícia Kogut.

O que importa é a audiência! E essa "Fina Estampa" dá o dobro do que conseguiu a novela vencedora. Eles não gostam de mim? O povo me adora!

Se eu fiquei despeitado porque não ganhei porcaria nenhuma? Despeitado em ficaria se diminuíssem o meu salário quereeeeeeeeeeeeedos!!!!!!!!!

Mesmo porque os 100 mil leitores da Revista de Tevê fazem parte dos 50 milhões que acham "Fina Estampa" a melhor novela!

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.