Sai Sócrates, mas as batalhas continuam
Pelo que fez em campo, Sócrates integra um grupo pequeno, o dos gigantes do futebol brasileiro. Pela capacidade de reflexão sobre o seu ofício, ocupa um lugar único. Nenhum atleta brasileiro foi capaz de pensar sobre os diferentes aspectos do esporte, questionar os seus problemas e propor soluções com a sua coragem e inteligência.
Some-se a isso, Sócrates construiu uma imagem pública fascinante. O "antiatleta", como ele dizia, sempre fumou e bebeu, era um iconoclasta, sem papas na língua, tinha prazer em chocar os mais conservadores com seu humor refinado e era de uma simpatia a toda prova.
Essa raríssima combinação – gigante em campo, gênio na tribuna, carismático no dia-a-dia – obrigou muita gente a engolir Sócrates a contragosto. Na verdade, num país com a estrutura esportiva pré-histórica que ainda tem o Brasil, Sócrates sempre foi um incômodo para quem, de fato, manda – dirigentes, políticos e empresários ocupados exclusivamente com os seus próprios interesses e negócios.
Além da tristeza gigante pela morte tão precoce de Sócrates, sinto muito também por achar que as principais batalhas que enfrentou ainda estão muito longe de ter um desfecho positivo. Mas não são batalhas perdidas. Sua voz será sempre lembrada por aqueles que sonham com um mundo esportivo mais justo.
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