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Sorrindo, Fátima Bernardes anuncia a própria saída do JN em reportagem

Mauricio Stycer

01/12/2011 20h48

Como antecipou William Bonner no Twitter, coube à própria Fátima Bernardes a tarefa de relatar, numa reportagem, a notícia de sua substituição por Patrícia Poeta na bancada do "Jornal Nacional".

O gesto procura enfatizar a ideia de que a troca no principal telejornal da emissora ocorre em razão da vontade de Fátima deixar o programa. Também tenta reforçar a impressão de que não houve desacordo na escolha de Patrícia como substituta.

A troca de Fátima por Patricia já havia merecido destaque na relação das principais notícias do dia, a chamada "escalada", lida pelos apresentadores logo na abertura do telejornal. "E você vai saber as novidades que vão aparecer nesta bancada e na tela da Globo", anunciou Bonner. Fátima sorriu.

Antes de a reportagem ser apresentada, no último bloco do programa, Bonner se referiu à Fátima, sua mulher, como "a minha companheira de bancada" e antecipou as mudanças de improviso, sem ler. "É melhor a Fátima explicar", acrescentou (imagem acima).

Chamada de "a jornalista mais querida do Brasil" por sua substituta, Fátima descreveu as mudanças e falou, brevemente, da razão oficial de sua saída: o projeto de um novo programa, matinal, a ser levado ao ar em 2012.

Antecipada pela jornalista Monica Bergamo, da "Folha", na noite de quarta-feira, a troca de Fátima por Patrícia foi formalmente anunciada na manhã desta quinta-feira. Na edição da próxima segunda, Fátima chamará Patrícia e passará o bastão para a colega. Na terça-feira, a troca será consumada. Já no "Fantástico", Renata Ceribelli assume o posto de apresentadora.

Esclarecimento: Lendo alguns comentários sobre o texto que escrevi mais cedo sobre a troca de Fátima por Patrícia, vejo que, apesar do meu esforço, não fui capaz de evitar dois mal-entendidos por parte de alguns leitores. A minha análise foi exclusivamente sobre a forma, não sobre o conteúdo, do telejornal. E em nenhum momento fiz um juízo sobre o valor profissional das jornalistas, mas apenas sobre o status de celebridades que adquiriram.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.