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Fracasso do futebol no Pan prejudica estratégia da Record

Mauricio Stycer

25/10/2011 07h00

A Record contava com a seleção brasileira de futebol como uma de suas armas principais para enfrentar a Globo na guerra de audiência que trava durante os Jogos Pan-Americanos. Com a eliminação da equipe comandada por Ney Franco, a emissora se vê obrigada a alterar seus planos para a última semana da competição.

O sonho maior da Record era poder exibir a partida da seleção brasileira, pelas semifinais, na próxima quarta-feira, dia 26, no mesmo horário em que a Globo estaria apresentando algum jogo da Copa Sul-Americana. A Record julgava que poderia superar a concorrente no Ibope em função do desinteresse que existe em relação a este torneio sul-americano.

O investimento da Record no futebol foi visível. Todas as partidas da seleção brasileira estavam sendo transmitidas ao vivo. Neste domingo, por exemplo, a emissora deixou de mostrar a final do handebol feminino, que se realizava no mesmo horário, para exibir Brasil e Costa Rica.

A contratação de Romário como comentarista foi, talvez, o maior gol da emissora no Pan. Com prestígio em alta, o ex-jogador deu um ar de seriedade a uma competição tradicionalmente de baixo nível técnico.

Segundo a Record, Romário segue como comentarista do Pan até o final. Poderá falar da seleção brasileira feminina e dos jogos que restam no torneio masculino.

Durante a transmissão da partida contra a Costa Rica, Romário criticou a CBF por ter enviado ao Pan uma equipe muito jovem e inexperiente. A Record parece acreditar que a decisão de não mandar um time mais qualificado seria uma represália de Ricardo Teixeira contra a emissora, que tem apresentado uma série de reportagens sobre o dirigente.

Antes do início dos Jogos, a Record havia solicitado ao Comitê Organizador a alteração de uma série de horários de competições, entre as quais as do futebol, para ter a oportunidade de exibir partidas em seu horário nobre.

Publiquei este texto originalmente no blog UOL Esporte Vê TV na segunda-feira. O relato da partida entre Brasil e Costa Rica pode ser lida aqui e a avaliação que o técnico Ney Franco fez da derrota está aqui.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.