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Record e Globo fazem até agora a melhor disputa do Pan

Mauricio Stycer

18/10/2011 07h10

Dona dos direitos de transmissão dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, a Record se surpreendeu ao ver, no final de semana, imagens da cerimônia de abertura e do nadador Cesar Cielo em programas jornalísticos da Globo.

Como relatou o UOL Esporte, a Record partiu para o ataque e acusou a rival de pirataria. Horas depois, a Globo recoheceu que, de fato, cometeu um erro exibindo imagens sem autorização, mas culpou a agência Associated Press pelo engano.

Ainda na segunda-feira, à noite, em longa reportagem, o "Jornal da Record" descreveu o imbróglio, com termos ainda mais duros. "Bem diferente da Globo, a Record cumpre a lei", acusou a emissora.

Em seguida, o espectador que assistia ao telejornal foi brindado com uma reprodução da reportagem do UOL Esporte que revelou a briga. A edição, porém, não deu crédito ao UOL e escondeu a logomarca do portal – uma atitude especialmente curiosa numa reportagem em que a Record se apresentou como vítima de apropriação de suas imagens pela Globo.

Em texto publicado na manhã desta terça-feira, tento analisar o que está por trás do confronto da Record com a Globo. Lembro que a emissora está lidando com uma grande dificuldade, a pressão de atletas e patrocinadores por mais visibilidade na TV.

A este respeito, recomendo ainda a leitura de uma entrevista que a equipe do UOL Esporte em Guadalajara fez com o superintendente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Marcus Vinícius Freire. Destaco uma frase:  "Não considero prejudicial (a exclusividade da Record). Faz parte do mercado ter mais players no negócio. Depois, temos de procurar os caminhos. Em todo problema, você arruma uma oportunidade".

Aguardemos os próximos rounds da disputa.

Atualizado às 17h. A Rede Globo enviou ao UOL Esporte cópias de documentos que mostram como foi orientada pela Associated Press a usar as imagens que recebeu. A informação está no texto Depois de reconhecer erro, Globo contesta Record e diz que agiu "dentro da legalidade".

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.