Globo reconhece erros em documentário sobre Roberto Marinho
Com direção geral de Rozane Braga, a produtora FBL acaba de lançar, em formato de DVD, o documentário "Roberto Marinho – O senhor do seu tempo".
A pedido da "Folha", fiz uma resenha, publicada neste domingo na "Ilustrada" (disponível para assinantes do UOL e do jornal). Observei que o filme não apresenta novidades significativas sobre o personagem, mas reforça um movimento recente das Organizações Globo de discutir em público alguns dos "pecados" que celebrizaram os veículos do grupo.
O documentário tem o mérito de tratar francamente de assuntos espinhosos para a Globo, como o governismo explícito da emissora por décadas, o escândalo Proconsult, em 1982, a omissão na cobertura da campanha das Diretas, em 1984, e a edição do debate entre Collor e Lula, em 1989.
Ainda assim, trata destes problemas unicamente pela ótica dos filhos de Roberto Marinho e de funcionários e assessores do grupo. Observo, ainda, no texto que o documentário apresenta a trajetória do empresário de forma didática, mas pouco imaginativa e sem profundidade.
Por limitações de espaço deixei de fora do texto observações sobre duas imprecisões que vi no documentário. A primeira ocorre ao tratar do famoso acordo com o grupo Time-Life, que injetou cerca de US$ 6 milhões na nascente TV Globo. O caso foi objeto de uma barulhenta CPI no Congresso e, depois, de uma avaliação do governo militar, que terminou por avalizar o acordo.
Roberto Irineu Marinho diz que a Globo foi "condenada" no caso e, em função disso, decidiu comprar a parte do grupo americano. Os principais relatos sobre o caso, inclusive de Joe Wallach, que acaba de publicar um livro, indicam que foi o Time-Life que perdeu o interesse no negócio em função dos seguidos prejuízos acumulados nos primeiros seis anos de vida da emissora.
Outro ponto discutível é a afirmação de Boni de que Roberto Marinho concebeu a TV Globo, inicialmente, como "uma cópia em vídeo do jornal 'O Globo', uma emissora de informação". Basta ver a programação dos primeiros anos da TV, que incluía humor popular, novelas e programas sensacionalistas, para constatar que esta tese não se sustenta.
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