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Maior missão do Capitão América é ajudar a reerguer a economia americana

Mauricio Stycer

01/08/2011 10h49

É uma grande ironia que "Capitão América: O Primeiro Vingador" chegue às telas no Brasil na mesma semana em que os Estados Unidos se viram na iminência de dar um calote de consequências catastróficas para a economia mundial.

O personagem da Marvel, como se sabe, é o retrato mais bem acabado da crença americana nos superpoderes do país. Criado em 1941, o supersoldado irradia otimismo e patriotismo na luta dos Estados Unidos contra o "Eixo do Mal", então encarnado por Hitler e seus aliados.

O novo filme reconta a história em detalhes, desde o início, mostrando a luta do franzino Steve Rogers (Chris Evans) para se alistar no Exército. Repetidamente recusado por conta de seu histórico de doenças e o físico de criança, ele é finalmente escolhido por um cientista para se submeter ao experimento que o transformará.

Usado inicialmente para estimular o recrutamento de soldados, logo o Capitão América vai se engajar na luta contra a Hidra, uma organização criminosa, surgida sob as asas do nazismo, mas que age de forma independente, sob a liderança do vilão Schmidt (Hugo Weaving).

O filme já passa da metade quando, finalmente, começa a ação. Quem resistiu até aí, será recompensado com todo o divertimento possível. Com a ajuda exclusiva de seu escudo mítico, o Capitão América engaja-se em lutas incríveis, primeiro resgatando centenas de soldados americanos das garras do vilão, em seguida destruindo as diferentes fábricas de armas do inimigo.

O filme que acaba de estrear é uma longa – e muitas vezes tediosa – atualização da história com vistas ao grande lançamento de 2012, "Os Vingadores", que vai reunir os principais heróis da Marvel.

É justamente esta atualização que causa estranhamento. Onde será a próxima missão do Capitão América? No Iraque? No Paquistão? Hoje ele é mais necessário no próprio país, e sua principal missão parece ser ajudar a reerguer a economia americana. Os primeiros números da bilheteria sugerem que a missão está sendo cumprida.

Em tempo: Ficha técnica, fotos, trailer e uma crítica do filme podem ser vistos aqui, no UOL Cinema. Leia  uma entrevista exclusiva com Chris Evans ("Adoro vestir o uniforme, nunca mais quero tirá-lo" ) e também cinco fatos curiosos sobre o filme.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.